O conhecimento dos benefícios e das consequências indesejáveis de certos medicamentos, tem permitido reduzir os efeitos tóxicos e diminuir os riscos a eles associados. Apesar disso, são vários os medicamentos que podem causar efeitos indesejáveis, nomeadamente zumbido, diminuição da audição, instabilidade e tonturas.
A ototoxicidade refere-se aos efeitos colaterais e indesejáveis de certos medicamentos ao nível do sistema auditivo e do equilíbrio. Efeitos estes que se podem manifestar durante e após o tratamento medicamentoso e assumir um caracter temporário ou permanente.
A prescrição deste tipo de medicamentos ototóxicos é feita normalmente por um médico que faz uma avaliação prévia da relação risco/benefício. No entanto, devido à variação da dosagem e à resposta de cada organismo, é muito difícil prever os eventuais danos que os medicamentos ototóxicos possam causar ao nível da audição.
A maioria dos medicamentos ototóxicos é utilizada para patologias graves, como tratamento de cancro, doenças cardíacas e inflamatórias. No entanto, também existem medicamentos comuns com algum grau de ototoxicidade, como por exemplo certo tipo de antibióticos, diuréticos e anti-inflamatórios.
Em geral, os primeiros sintomas de ototoxicidade ao nível da audição são: os zumbidos, a diminuição da capacidade auditiva, desequilíbrio e tonturas.
Eis alguns exemplos de medicamentos ototóxicos para a audição:
Os medicamentos que contenham platina (cisplatina e carboplatina) são ototóxicos. Os sintomas podem aparecer durante o tratamento, mas também meses após o seu término.
O risco aumenta proporcionalmente em função das altas doses de medicamento, da menor idade, da exposição a ruídos altos e da própria predisposição genética.
Quer saber se está a ouvir o normal?
Existem principalmente três classes de antibióticos ototóxicos: os aminoglicosídeos, os macrolídeos e os glicopeptídeos.
A estreptomicina provoca tonturas temporárias , mas também uma perda grave da sensibilidade vestibular, a neomicina pode causar surdez, e a gentamicina pode causar perda de equilíbrio.
Tal como acontece com os agentes antineoplásicos, o risco de ototoxicidade aumenta em função da dose, da frequência de utilização e da existência de problemas auditivos pré-existentes.
Quer saber se está a ouvir o normal?
Os medicamentos anteriores têm como efeitos colaterais mais frequentes a perda auditiva. Mas há outros medicamentos que têm efeitos menos graves e que também causam outros sintomas, como é o caso dos zumbidos. Esses medicamentos são os seguintes:
Quer saber se está a ouvir o normal?
Pessoas com perda auditiva devem tomar precauções antes de tomar um medicamento ototóxico. Em primeiro lugar é necessário informar o médico que prescreve o medicamento sobre qualquer problema auditivo pré-existente. Desta forma ele irá avaliar a possibilidade de optar por uma terapia alternativa.
Caso essa solução não seja viável, o médico avaliará a dose correta do medicamento a ser administrado e acompanhará o paciente durante todo o tratamento.
Também pode ser útil realizar um teste auditivo antes de iniciar a terapia, para avaliar objetivamente a capacidade auditiva e poder monitorá-la durante o uso do medicamento.
Algumas substâncias que consumimos no dia a dia podem ser ototóxicas para a audição.